29 de mai. de 2008

Superlotação cria problema de segurança no transporte público

Por Ive Andrade

Aqui no blog a gente sempre sugere bons lugares para visitar em São Paulo.
Mas como chegar a esses lugares?
Recentemente, eu e a Marina Coratto, escrevemos uma matéria para o jornal do Mackenzie, o Diretriz, discutindo justamente a situação do transporte público na cidade.
Por problemas de edição, a matéria não saiu completa na última edição, mas aqui no Vitrine Urbana, você confere tudo.


Ônibus e metrô integrados deixam passageiros vulneráveis


Para boa parte dos 10.886.518 de habitantes da cidade de São Paulo, o transporte público é uma necessidade, seja para fugir do trânsito caótico ou pela falta de condições para comprar um automóvel. Entretanto, as linhas paulistanas de ônibus e Metrô não estão prontas para suprir a demanda de passageiros, que aumentou consideravelmente depois da integração possibilitada pelo Bilhete Único.
Segundo uma recente pesquisa feita pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) com passageiros paulistanos, os problemas mais graves são o longo tempo de viagem, a lotação dos veículos e o preço da tarifa. Entre os transportes menos satisfatórios para a população, o ônibus se destaca com 42% de aprovação, uma média baixa comparada aos 85% do metrô.
A insegurança nos corredores de ônibus incomoda, como comenta a estudante Veruska Betelgeuse, 21 anos, que pega ônibus no trecho Consolação-Paulista diariamente e já presenciou diferentes situações de risco em um curto período de tempo, enquanto estava dentro do ônibus ou no ponto, “Em uma dessas ocasiões minha mochila foi aberta sem que eu percebesse. Em outra, o cobrador me alertou sobre o número de suspeitos que subiram no ônibus em um curto trecho: foram quatro em apenas três paradas”.

Monitoramento e blindagem

O Metrô apresentou uma queda de 9% em satisfação dos cidadãos segundo essa mesma pesquisa, porém continua sendo o meio de transporte mais bem visto pela população (85%). Os maiores problemas apontados pelos usuários são: estações distantes, lotação em horários de pico e ter que pegar uma segunda condução. O auxiliar de enfermagem Felipe Araújo, 29 anos, utiliza Metrô e ônibus diariamente e não se sente seguro: “Não gosto muito do Metrô porque é cheio, é caro, e percorre apenas pequenas distâncias. Apesar disso é mais rápido, limpo e organizado”.
O aumento no número de passageiros é drástico: são 3.300.000 pessoas transportadas por dia, um aumento de 800 mil passageiros desde 2005. Esses números devem-se ao uso do Bilhete Único, que facilita a integração entre os transportes metropolitanos e barateia o custo da passagem, gerando uma superlotação que coloca em risco a segurança dos paulistanos, principalmente nos horários de maior movimento.
Para garantir a melhor segurança, o Metrô implantou em novembro de 2007 o Centro de Controle para Segurança Pública (CCS), um sistema de última geração que monitora através de 860 câmeras as bilheterias, plataformas, áreas de acesso e mezaninos de todas as estações do Metrô. Além dessas, a administração anunciou a instalação de mais 400 câmeras que pretendem prevenir os roubos constantes nas estações. O sistema também conta com a atuação de 1006 agentes de segurança, que tem poder de polícia dentro das estações do Metrô, e auxiliam passageiros em todo tipo de ocorrência: dúvidas, reclamações, acidentes, primeiros socorros, furtos e roubos. Essas ocorrências policiais são encaminhadas ao DELPOM (Delegacia de Polícia do Metropolitano de São Paulo), que funciona dentro da estação Palmeiras - Barra Funda.
Outra medida que surtiu bons resultados para a segurança, foi a blindagem das bilheterias, feita inicialmente na linha 3 - vermelha, nas estações de maior movimento e risco. Assaltos à mão armada eram comuns e no ano passado foi registrada uma queda de 90% nesse tipo de roubo. Carlos Alberto Soares, assessor de imprensa do Metrô, conta que “em uma situação, o ladrão armado abordou o atendente da bilheteria e se surpreendeu com a calma do bilheteiro informando que aquela bilheteria era blindada e que ele não iria conseguir nada”.
Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a maioria das ocorrências poderia ser evitada com “uma maior atenção do passageiro, que deve adotar medidas simples como manter sua mochila na frente do corpo para evitar furtos, não deixar carteiras e celulares a mostra, e seguir as normas de segurança espalhadas em cartazes nas estações”. O resultado do trabalho dos agentes do metrô de São Paulo garantiu uma média de 1,9 ocorrências por um milhão de passageiros no ano passado, enquanto a cidade de Nova York (que possui uma das maiores redes de metrô do mundo) atingiu uma média de 2,0 ocorrências por um milhão de passageiros.
Se a segurança do Metrô paulista está próxima da excelência e é modelo para todo o mundo, a superlotação é o que mais incomoda, e por isso é a prioridade da administração para 2009: “são 16 novos trens, equipados com câmeras dentro dos vagões, já foram comprados e estão sendo montados para começar a funcionar no ano que vem na linha 2 - verde”, além disso, está programada uma reforma nos trilhos que vai possibilitar um menor intervalo entre os trens, aumentando o conforto e, conseqüentemente, a segurança dos passageiros.

Um comentário:

  1. Transporte públic, uma solução comum que favorece a maioria. Vejam o que estão fazendo para melhorar o nosso sistema de transporte público. www.onibusrecife.com.br

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